segunda-feira, 12 de maio de 2014

Um sonho lindo

Porque você foi embora?

Bem no momento de agora

queria tanto estar em teus braços

ganhando e dando afagos

relacionando tudo ao nosso caso

queimando a lenha do amor

mas agora sinto dor

talvez queria eu o impossível

só queria beijar teu umbigo

você nem me viu, mas olhou

atordoou meu coração em vão

posso ser teu servo neste instante

se quiseres me pegue pela mão

leva contigo ou me deixa morrer

minha paixão clic-clac

choro por não ter esmola

para te comprar o céu e a terra

te encher de ouro e carinho

mas você não quer estar comigo

choro pelo não vivido

não enxergo sem óculos

deixa para o acaso

nosso encontro tão

e tão sonhado.


20 horas e 34 minutos de 28 de abril de 2013.

Lençol de desenganos

Dormindo ao lado do traidor

perto de sua boca traiçoeira

agarrado por suas mãos de asperezas

um lençol sujo e feio foi o que me sobrou

teu olhar soturno me mira inconscientemente

e minha mente perdida em desengano

já não fecha mais elétrons

que vagueiam tão perdidos

pela massa encefálica.


O amanhã como um novo dia libertador

a hemorragia estancou...

Eu acho...


10 horas e 53 minutos de 23 de outubro de 2012.

Teixeira, o melhor queijo de São Paulo e região

Hoje eu vou gangrenar a face

entupir os sinos paranasais

deslumbrar o olhar turvo

esfumaçar o quarto, a vila e o bairro

encher a barriga de álcool 92

e destruir as velhas adagas

de anos passados, de momentos não vividos

ouvir o som mais alto

incomodar os vizinhos enquanto me acomodo

de olho numa estrada calma

distraindo o tempo

recheando de bombons aromatizados

em poeira que sobe e desce

pois Nicuri é o diabo

vaporiza o que é sólido

grão em grão queimando

de olho n’água

robustos olhos, melhor que escapa

nhô nhô nhô e nhá nhá nhá foram pro céu

descido a costa alta, relutante deste naufrágio

uma selva de pedra de pedras

não queria essa raspa de Teixeira

queijo ralado, marca fraca, vaca pobre

deliciosos recôncavos, dorme velhinho

apodrecido pelo já reorganizado espírito

calço qualquer calo, rapadura é o que não falta

roda a roda redonda em voltas cíclicas de outrora

chegando ao infinito

nada me é restrito, tudo parece possível

juventude de volta, umbilicalmente o umbigo

sabão de coco misturado na narina desagradada

só queria matar a saudade, e fingir que você não vê

nem meu grito, nem meu lamento

mas nem sei mais quanto eu aguento

prefiro não arriscar o intento

melhor mesmo voltar a realidade

e parar de perder meu tempo.


Meia-noite e 35 de 2 de agosto de 2013.

SMS

Sob a luz de um celular temeroso

apodrecido o múltiplo gozo

meu olho esquerdo desgostoso

e você me olhando sem nojo


Parece até um telefone

e Matthew já mostrava o cremaster

mas não é disso que falo

seja ele delirante ou não


Peço socorro? Não.

Não sinto a vontade do pão

nem dos jogos de mão

tampouco dos lábios rachados


Dos sentimentos eternos

falsos e irreais foram meus dias

crescido, o broto

mas melhor fazer mesmo o aborto


Na encruzilhada que me encontro

tuas vaias me ferem

teus toques me fecham

teu calor não comove

melhor você como alma penada

do que isto que chama de todo

mas realmente não é nada.


11 horas e 50 minutos de 5 de fevereiro de 2013.