Quem come à R$ 29,90
de certo que a cabeça não esquenta
e no final quiç'ainda dá gorjeta.
Molho madeira, azeite extra virgem?
Na barraca da tia, só croquete, nem quibe.
Aspargos, couve-flor e maionese?
Mostarda Heinz, alcaparras e gergelim?
Come devagar e no final sorri?
Enquanto isso na calçada da rua
a salsicha esquenta
o purê de batata fervendo
cobre o pão de vinagrete e desejo.
Enche a pança do trabalhador
que lambe os beiços
que é pra não sentir dor.
Refresquinho de caju à R$ 1,50?
Quero ver se a madame se contenta.
Mas isso sempre foi assim
não tem jeito
quem tem come bem
quem não tem, come mal
mas come também.
Meio-dia e 53 minutos de 20 de dezembro de 2011.
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