Já são quase meia-noite
e a panela fumega...
A panela que coze no escuro
não coze miúdos, mas coze grãos graúdos
e legumes.
Já são quase meia-noite e meia
e a comida está quase pronta
na panela cheia.
Já é quase uma hora
e a comida está pronta
e o alimento enfim alimenta.
A ceia é servida
numa sala escura e solitária.
Dali a pouco já é quase uma vida,
já é quase uma morte...
E a panela que coze no escuro
continua a fumegar e a cozer
grãos graúdos e legumes...
22 de maio de 2012.
O poema passa a sensação de solidão. O aspecto aparentemente simples da refeição por si só não é algo a denotar tristeza; seria uma refeição dividida com satisfação com uma família, com amigos, mas, aparentemente, a solidão pesa o peso de uma vida.
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