Fizeram o trabalhador subir no alto do guindaste
pra trocar o logotipo, o letreiro, a fachada
quase um tipo (estranho) lá no alto dos céus
a polir o corroído, aquele banco amarelo
que todo mundo conhece e o credor não esquece
de brasilidade já não tem mais nada
o suor escorre enquanto o outro puxa a escada
para ter o ganha-pão tem que esculpir pedra-sabão,
lavar o pano sujo, e não do menor infrator
e enquanto lá embaixo tiram o arroz com feijão
da máquina eletrônica movida à comissão
respinga sangue da testa e cola bem o adesivo
já tá avisado, sem aviso, e nem prévio ou anterior
que é fim de mês eu já subia, só não sabia da inflação
ainda bem que tem as nuvens, me consolam, eu sei
desvanece minha alma e baixa o nível da escada
logo logo chego em casa, a mulher me tem amor.
Meio-dia e trinta de 13 de abril de 2013.
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