Comi teu véu de noiva
na noite de núpcias ensolarada
vestida como uma moribunda
você estava e professava:
“Caiam raios em minhas madeixas”
Pobre coitada!
Quebrei os sapatos de cristal
em mil pedaços
e engoli tudo, enquanto
rasgavam minha garganta
deliciava-me!
O vestido que outrora brilhava
agora em sangue se banha
e os olhos de peixe esbugalhados
e os dedos da mão direita tortos
soltam-se do corpo despedaçado.
Patética existência inacabada
risonha morte que a consagra!
19 de março de 2012.
Manjei tua aparência de recém-casada
ResponderExcluirNa escuridão de conúbio insolado
Trajada como uma exânime
Você encontrava-se e exercia:
“Tombavam centelhas em minhas melenas”
Aziaga miserável!
Parti os sapatos de cristalino
Em milhar de nacos
E degluti tudo, enquanto
Dilaceravam minha gorja
Inebriava-me!
O envergado que dantes fulgia
Atualmente em seiva se impregna
e os olhos de peixe esboroados
e os dedos da garra destra torcidos
Desprendem-se do físico estilhaçado.
Comovente vida incompleta
Ridente fenecimento que a canoniza!
Indolente lustrosa......isto, é que foi uma vingança macabra.....