A minha festa de Carnaval
começa nas Cinzas
literalmente cinzas
no cachimbo de prata esterlina
de mendigo.
Uma folha de ouro
da rua
perfurada, nua e crua
incendeia a brasa
da folia que não foi.
A música do samba
sai do tambor
para as caixas acústicas
enquanto a língua degusta
o sabor amargo e a dor.
Festeja sozinho
a festa de um povo inteiro
regando o meu próprio terreiro
até vir a chuva
e levar as cinzas
para outros carnavais.
Quarta-feira de cinzas do ano de 2014.
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