Deu dois? Não sei.
Trinta e sete graus lá fora.
Brincadeira de menino ao som do ruído gospel
que com quarenta decibéis bate no quarto, na sala e na cozinha.
Incrédulo, mesmo.
São só três cômodos.
Pois aqui dentro de mim, no fígado, no rim direito e no cremaster
a coisa está bem fria.
Cérebro e coração são a mesma coisa.
A tesoura cortou meu dedo, que sangra.
Só ébrio vivo, sobrevivo.
A água não vence, repito o que disse o oncologista.
A meia do pé esquerdo furada me dói o dedo.
Lisura, ligeireza e faceirice me passam longe.
Rebanho só dos lobinhos negros...
Quem me dera!?
Uarrárrá, explode a risada no meio da sala de estar.
Ou está ou não está, é matéria.
Bactéria? Eu, hein!
Andropausa na juventude velha.
Calçada cheia de mato, fiquei com preguiça de limpar.
No Céu, Ele me espera.
Pois a Ele temo, mas nem tanto.
Mas que Nele acredito, sou prova viva.
Se desaprovava tua atitude impensada, repenso mais de mil vezes o que eu te disse.
Ah, me desculpa vai, nunca fui tão mau assim.
Eu sei que a fumaça do meu cigarro te embrulha o estômago
e o cheiro fétido da minha boca, apesar dos doze goles diários de Listerine®, te embrulha o estômago
e que os meus dizeres rasteiros, exatos na inexatidão, também te causam náusea.
Recomendo que procure um gastroenterologista.
Plantei um manjericão e ele cresce.
Cai o helicóptero do dono da cachaçaria e eu nem ligo.
Mas se nem pra você eu ligo, você sabe
eu só ligo pra Vivo quando preciso e rapidinho eu desligo.
Da Bahia ao Rio de Janeiro eu andei a pé pelo canteiro.
Bons tempos de mocidade, bons tempos de devaneios.
Após a cauterização do meu bronquíolo esquerdo, nunca mais fui o mesmo.
Já era tempo de casar, ter filhos, assassinar o amante da minha mulher
alguma coisa assim pra fugir da rotina.
Pra cadeia eu nunca fui e quando meu pai era vivo nunca o desonrei.
De usuário de drogas ninguém me chama, nem de burro.
É, meu caro Roberto
ou ouve o pastor ou continua na linha torta.
E eu que gostava tanto de torta de maçã hoje só como cebolas
descasco da branca e da roxa e enfio logo na boca.
Me perdoe, mesmo, se fui indelicado.
19 horas e 12 minutos de 27 de dezembro e 2014.
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