Eu não vivo
eu sobrevivo
não restam pingos
de lágrimas, nem sorrisos
só bocas famintas
presenciando a miséria viva
enquanto uns moralizam
outros tentam encher a barriga
e o que sobra para o pobre
que tem sede, tem fome
e não mora em bairro nobre
com os pés na terra
e a cabeça vazia
ainda querem que eu lute
eu vou pra guerra
do dia-a-dia
passando aperto
pra poder sustentar família
eu encho o cesto
de comida
aí é só alegria.
14 horas de 30 de janeiro de 2012.
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