O meu jeito impensado
não dá conta dos pecados
ainda que fossem pecados
estava bom
mas pra mim nem isso são
drogas são alimentos
os desamores no contravento
são o meu cotidiano.
Solidão que não me deixa desiludir
com nada
realidade demais atrapalha
o visgo do amor é o muco
o muco é água
e a água é água e aí mesmo se acaba.
Pelo meu olhar nada passa
nada de alegria me alegra
só a tristeza me faz chorar
a pobreza, a fome, a desgraça
(dos outros)
de resto nada me ataca
nada me causa arrepio.
O blues, o samba, o rock, o clássico
pelo menos isso alegra a casa
devia deixar o som ligado quando saio.
Plantas diversas, aqui e ali
as rego por nada, pois delas não me alimento
não são amigas, são apenas vidas
e por isso mesmo as rego.
Nossa Senhora de Aparecida que me olha
o sexo sei que ela não desaprova
mas o resto...
por isso que viro sua cara
para que não veja as minhas atitudes desastradas.
Procrastino o trabalho
pois dele só tiro o sustento
mais nada.
Da minha vida, se espremer (e bem espremido)
ainda assim eu acho que não sai caldo
pelo menos é vida, porque a morte é o nada
diria o nada do nada
melhor estar vivo
e se não tem atrativo
tem pelo menos vinho, castanha de caju e chá de hibisco...
20 horas e 53 minutos de 3 de outubro de 2014.
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