Dei um tiro pra pegar no tiro um ônibus faminto por gente cor de vinho tinto
O fedor do suadouro no couro deste povo enjaulado no automóvel feito touro
Só não relincha porque está cansado deste dia de pura fadiga no final do dia
Com o cheiro da fábrica que se fabrica do lado do quarto de ninar imbica
o ar fétido da combustão de petróleo e bauxita
Choram o choro da solidão neste mato sem cachorro
Quando chega no mato mesmo não mata nem a fome
Se o feijão é duro não reclama pro patrão que ele é mais duro
Antes disso passa pela fábrica de blocos onde o monobloco produz tijolos
É árduo o serviço que nem chouriço põe na testa a cartola, nem refresco de cola
No barraco de madeira está a esteira onde dorme a família inteira
Do lado de fora o cachorro magro em sua portinhola
Descansa Seu Gildo, que agora pode
Não me pede esmola que mal dormiu daqui a pouco está na hora
acorda logo e vai trabalhar sem demora.
17 hora de 16 de dezembro de 2014.
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