segunda-feira, 16 de fevereiro de 2015

Ônibus Lotado

Dei um tiro pra pegar no tiro um ônibus faminto por gente cor de vinho tinto

O fedor do suadouro no couro deste povo enjaulado no automóvel feito touro

Só não relincha porque está cansado deste dia de pura fadiga no final do dia

Com o cheiro da fábrica que se fabrica do lado do quarto de ninar imbica

o ar fétido da combustão de petróleo e bauxita

Choram o choro da solidão neste mato sem cachorro

Quando chega no mato mesmo não mata nem a fome

Se o feijão é duro não reclama pro patrão que ele é mais duro

Antes disso passa pela fábrica de blocos onde o monobloco produz tijolos

É árduo o serviço que nem chouriço põe na testa a cartola, nem refresco de cola

No barraco de madeira está a esteira onde dorme a família inteira

Do lado de fora o cachorro magro em sua portinhola

Descansa Seu Gildo, que agora pode

Não me pede esmola que mal dormiu daqui a pouco está na hora

acorda logo e vai trabalhar sem demora.


17 hora de 16 de dezembro de 2014.

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