Olha, o peixe morto voltou
nadando em águas radioativamente ativas
com a boca fincada no anzol
e cheio de droga de peixe na barriga
Não é ômega 3 nem ovas de salmão
não é tintura de polvo nem dente de baiacu
do padre não sobrou nem o sermão
e do negro d’água nem o pau nem o cu
Respingando sêmen no canto esquerdo da boca
escorreu pela garganta a barrigada da sardinha
Iansã estuprada deu uma de louca
e meteu entre as pernas a cabeça da manjubinha
Foi então que Seu Peixuxa acendeu seu charuto
esfumaçando a gleba de 7 por 12
meteu no nariz o canudo
e bateu na filha com aquela velha e enferrujada foice
O peixe fora d’água morria feliz
excretando as vísceras podres de dois anos atrás
eram só os restos consagrados de mim
perdi com violência a virgindade da frente e de trás
Seguia para a fossa abissal
de encontro com os peixes-bruxas
corria no oceano fugindo pelo fundo do quintal
como o casco submerso de uma tartaruga
Encheram de estricnina a boca
e de arsênico o cu
caiu a realidade brava
a morte no mar é verde, vermelha ou azul?
2 horas e 22 minutos de 25 de março de 2015.
Nenhum comentário:
Postar um comentário