Vomitei 400 ml de nitroglicerina com cal virgem de São Tomas de Aquino.
Caguei duas ou três vezes na privada do padre e deixei três ou quatro marcas de bosta.
Nem vi sua assadura nem a minha erupção cutânea.
Nas minhas narinas já não entram mais cloreto de sódio com estricnina.
Não vejo graça na Praça é Nossa nem na vida.
Não vejo nem as crianças que me pedem esmola, nem traficantes descalços fumando cigarros de maconha.
Desci até o décimo quarto subsolo e não encontrei o diabo.
Fui para Osasco atrás de um rabo de saia e só encontrei Trident por um real.
Óculos escuros pra me clarear a vista e sapatênis pra parecer bonito.
Catei quantos coquinhos consegui e descasquei setecentas batatas do jeito que você pediu.
Nada disso me agrada.
Virei para a esquerda pra fugir do Seu Coelho, furei a fila do banco e não estava armado.
A logística da minha vida está enfrentando greves nas estradas.
Se a economia vai mal resolvi encher os bolsos de antrax e sair cumprimentando todo mundo.
Comi um caramujo no vão entre o trem e a plataforma.
Por que Deus não me mandou embora?
Vai ver que simpatizou comigo.
Não servi o exército e não pago imposto de renda.
Não tenho filhos nem animais domésticos, só eu mesmo.
Nunca encabecei revolta nem desvirginei a filha do Seu João.
Escolhi a dedo a pasta de dentes, o enxaguante bucal e o lubrificante íntimo.
Até esqueci minha consulta no Hospital das Clínicas.
Acho que paro por aqui, antes que os gatos do vizinho venham comer minha comida: mingau.
Meio-dia e 3 de 30 de maio de 2015.
Nenhum comentário:
Postar um comentário