Sobe a Rebouças
por debaixo da bolsa
Cruza a Faria Lima
com nariz de farinha de Lima
Atravessa a Avenida da Brasil
como tiro de fuzil
Se passou na Henrique Schaumann
abriu a carteira e deixou a alma
Tatuzinho imponente
se tornou meu oponente
esquecido na fumaça
da inspeção veicular
Olha bem meu amigo
ao chegar lá na Paulista
escorre sangue na pista
E na Santa Consolação
abriu as pernas no colchão
tudo é pura desilusão
Percorrido, carcomido
mal comido entre gemidos
São Paulão do Seu Paulão
já não existe mais
agora é a vez do rapaz
Tintura nas paredes
e nos bolsões tempero verde
nada é mais quebradiço
que a vida neste inferno maldito
doce, amargo, estranho, nocivo
Fecho minha boca
e não digo mais nada!
19 de setembro de 2013.
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