quinta-feira, 3 de novembro de 2011

Transitando paulistano?

Tu transitas paulista?

Transitando paulistano?

Mete teu amo no espaço que está sobrando.

Arrisca tua vida na pista

por alguns frágeis minutos?

Pensa que teu mundo é diminuto?

Queimando o petróleo denso e caro.

Dás seta para o lado que te invade

só pra não ser covarde.

Põe o tronco grosso e tosco em perigo?

Fingindo não ter amigos?

Parte reto o velocímetro em segundos?

Desafetos num farol com um vagabundo.

Pensas bem no que tu fazes, meu amigo

pois São Paulo não gira em torno do teu umbigo.

Derrubando o motoqueiro pela esquerda

atropelando a pobre criança

lastimando as esperanças

de quem corre com seus pés

assim como Deus o quis.

E se por acaso me vier

fica longe de mim!


19 horas e 8 minutos de 21 de outubro de 2011.

Banco de Dados

O que serão dos bancos de dados quando não couber mais dados?

De que servirão os dados quando os maquinários forem extraviados?

De que valerão as informações quando insurgirem os bolsões?

Que sentido terão os códigos se não houver mais pródigos?

O que farão os programas quando não existir mais grana?

Pra que um valor virtual se o nosso instinto é animal?

Pra que tanta tecnologia se o mundo acabará um dia?

De nada servirá toda esta merda quando em breve voltarmos pras cavernas.


22 horas de 10 de agosto de 2011.

Memórias

Memórias.

São só memórias.

Um tempo que não volta

Histórias pra se lembrar.

Boas, más, são histórias

Abstrações das quais não escapamos

Feixes de elétrons correndo pelo cérebro só pra que elas venham como se fossem reais

Ilusão perfeita

que confirma tudo aquilo que não queremos acreditar

Amores, ó amores

tão longínquos e tão perto

Atrás daquelas janelas com grades fazem o prazer voltar

e o coração bater novamente

Mas o frio da realidade entristece a alma

e despeja sobre aquele corpo potes e potes de gelo

Nem o silêncio, nem a barulheira dos carros lá fora são perceptíveis

É o medo

Toma conta de ti e faz olhar o futuro incerto,

tão incerto

O amanhã é claro, e por certo não será tão glorioso como quero

E o espelho o qual olhava, nada via

Nem mesmo o calor da cama aquecia aquele coração

Qualquer escolha não faria diferença

Era melhor esquecer.

Mas não podia, tentava, mas aquelas nuvens de memórias pairavam sobre sua cabeça

E a fruta mais doce parecia azeda ao seu paladar

E a música mais bela não agradava

Quem sabe um dia poderá se livrar destas memórias malditas

Quem sabe...


19 horas e 7 minutos de 26 de janeiro de 2011.