São nestes tempos que a seiva vital jorra da artéria
Nestes meios-tempos, nestas meias-horas
E serão nestes mesmos termos que trabalharei.
Incluso o rebelde insurrecionário e adaptado
recluso na sua orla escarlate rosa-shock
como se estivesse perdido, está bem resolvido.
Os lírios que brilham ao sol chegarão ao pulmão do homem
reservarão para ele momentos bons
descobrirão em sua alma o despedaçado coração
e erguerão o encéfalo-falo encefálico
a níveis dantes nunca imagináveis.
A seiva bruta que tornara o chão escorregadio
secou ao sol como carne-seca de avó
misturou-se misticamente com o branco pó
e deu liga à vida quase-morta.
São verdes os matos e arecas-bambu
são amarelos e brancos os reflexos do pára-choque
desenxabido mesmo é o vermelho do sangue.
Se o trem da vida fosse semi-automático
faria logo seus trilhos férreos em direção ao caminho
mas estamos na Idade da Pedra
e as coisas dos homens se resolvem com guerras
que entopem as vívidas guelras.
Olha pra mim e enxerga o que eu não vi
cospe na minha cara que estou morrendo de sede
me urina nas costas que é pra refrescar as dobras
e descobre ao fim que o que resta são sobras.
Do alto do prédio de mármore e cobre
encobre logo estas verdades
que doem n'alma e na terra.
As copas das árvores infelizmente não copulam
o ócio do ópio realmente não perdura
o sangue que escorre, em dois tempos coagula
e o casco da tartaruga em decênios vira fruta.
Que momento mágico e sublime que me escolhe
minha armazenagem é visceral e extremamente forte
boa sorte para os desavisados
mas não é com dois tapas
que você me dobra.
Meio-dia e 16 minutos de 17 de agosto e 2012.
O primeiro que li e já gostei. Tive uma boa escolha ao clicar no título.
ResponderExcluirParabéns Herculano. Gostei muito do que li.
Sempre que puder eu passarei por aqui, pois suspeito que há muita coisa boa para se ler. Grande abraço.