domingo, 15 de julho de 2012

A árvore

O pêlo caiu

na ponte que partiu

no meio do dia

ao meio-dia

baixo a sombra fria

de um manifesto de agonia

onde qualquer alegria

se banha em água fria.


O pêlo crespo

que do braço caiu

sob o sol fez seu rastro

em meio a poeira

o alabastro assombrou

o pêlo que parte.


Qual na terra ficou

bem o rio o deixou

lá no canto da beira

da beirada rasteira

e ali se aterrou.


Fez raízes, fez galhos

tantas flores peludas

e de longe se avistava

qu'ela árvore crespuda.


8 horas e 45 minutos de 17 de abril de 2012.

terça-feira, 3 de julho de 2012

Papo de universitário

Papo de universitário

é chato pra caralho

intelectuais fictícios

soberbos

do alto de suas cadeiras de madeira velha!


Os papéis com os quais escrevem

são os mesmos que desdobram-se trazendo poeira para dentro do orifício nasal.


Pseudo-chiques, gays, biscates, rockeiros, certinhas, muitas japonesas e um ou dois negros.


Sociólogos pitorescos, psicólogas descontroladas, engenheiros grotescos e enfermeiras pseudo-médicas.


Pronto!

Agora que você aprendeu fica fácil!

Jogue tudo numa panela de pressão e deixe cozer por 30 minutos.

Você terá uma deliciosa, e indigesta, sopa de universidades!

(Universotários!)


18 horas e 58 minutos de 28 de março de 2012.

A pançuda

A patricinha magra

porém empanturrada com carne podre

num blá-blá-blá desenfreado

reclama de barriga cheia

de carne podre.


Sua saliva venenosa

supra-enzimática

apodrece a comida

antes mesmo de chegar ao estômago

mas a faringe e a laringe, como se vê

estão boas.


Ah, que bom seria se os assassinos

escolhessem melhor suas vítimas

e fatiassem bem fatiado

estas intrépidas criaturas

com os bolsos cheios de dinheiro

e o ventre cheio

de carne podre.


13 horas e 37 minutos de 9 de abril de 2012.