terça-feira, 20 de janeiro de 2015

Pecados

O meu jeito impensado

não dá conta dos pecados

ainda que fossem pecados

estava bom

mas pra mim nem isso são

drogas são alimentos

os desamores no contravento

são o meu cotidiano.


Solidão que não me deixa desiludir

com nada

realidade demais atrapalha

o visgo do amor é o muco

o muco é água

e a água é água e aí mesmo se acaba.


Pelo meu olhar nada passa

nada de alegria me alegra

só a tristeza me faz chorar

a pobreza, a fome, a desgraça

(dos outros)

de resto nada me ataca

nada me causa arrepio.


O blues, o samba, o rock, o clássico

pelo menos isso alegra a casa

devia deixar o som ligado quando saio.


Plantas diversas, aqui e ali

as rego por nada, pois delas não me alimento

não são amigas, são apenas vidas

e por isso mesmo as rego.


Nossa Senhora de Aparecida que me olha

o sexo sei que ela não desaprova

mas o resto...

por isso que viro sua cara

para que não veja as minhas atitudes desastradas.


Procrastino o trabalho

pois dele só tiro o sustento

mais nada.


Da minha vida, se espremer (e bem espremido)

ainda assim eu acho que não sai caldo

pelo menos é vida, porque a morte é o nada

diria o nada do nada

melhor estar vivo

e se não tem atrativo

tem pelo menos vinho, castanha de caju e chá de hibisco...


20 horas e 53 minutos de 3 de outubro de 2014.

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