No centro do Brás tumultuado, no eixo errado
sentido leste corrosivo, sentido centro implosivo
o bojo no seio da menina é visível
o olhar do mano irascível
e do guarda corruptível.
O negão com a careca bem brilhosa
uma mulher que passa bem cheirosa
um senhor com ar de prosa
e o cara que fala baixinho: “Gostosa!”
Um casal do lado só na pegação
e o rapaz alto com o teto na mão
a jovem que cochila com André Vianco em vão
e a senhora com cara de piedade
pede lugar a mulher de pouca idade.
A moça de óculos em pensamentos vagando
e a loira oxigenada tagarelando.
Formigueiro locomotiva
cada um com suas conexões
todos seguem o mesmo sentido
das formigas urbanóides sem sentido.
13 horas e 35 minutos de 5 de setembro de 2011.
A essência do poema urbano. Ótimo.
ResponderExcluirMuiro interessante esta imagem da agitação da cidade. Abraços
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