Prancha d'água que corre a ladeira
me ponho na beira para evitar esta noturna escorregadeira
fugindo da água suja traiçoeira
vou perdendo emoções em meio a tanta lameira.
A chuva rasteira que me acerta em cheio
me joga pra longe do meu confortável celeiro
me rasga a garganta com papel de holerite
minha ruína é certeira e indubitavelmente triste.
Se não descanso ali, nem descanso aqui
descobri meu repouso no dia em que morri
e agora aquela prancha d'água matadeira
mata a sede dos vermes que me devoraram delicadamente.
Eles pensavam: “suculentos pedaços de carne de um corpo podre, gordo, sujo, intoxicado e levemente adocicado... agri-doce!”
Meio-dia e 48 minutos de 17 de julho de 2012.
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