sábado, 8 de setembro de 2012

Ponte dos Remédios

São nestes tempos que a seiva vital jorra da artéria

Nestes meios-tempos, nestas meias-horas

E serão nestes mesmos termos que trabalharei.


Incluso o rebelde insurrecionário e adaptado

recluso na sua orla escarlate rosa-shock

como se estivesse perdido, está bem resolvido.


Os lírios que brilham ao sol chegarão ao pulmão do homem

reservarão para ele momentos bons

descobrirão em sua alma o despedaçado coração

e erguerão o encéfalo-falo encefálico

a níveis dantes nunca imagináveis.


A seiva bruta que tornara o chão escorregadio

secou ao sol como carne-seca de avó

misturou-se misticamente com o branco pó

e deu liga à vida quase-morta.


São verdes os matos e arecas-bambu

são amarelos e brancos os reflexos do pára-choque

desenxabido mesmo é o vermelho do sangue.


Se o trem da vida fosse semi-automático

faria logo seus trilhos férreos em direção ao caminho

mas estamos na Idade da Pedra

e as coisas dos homens se resolvem com guerras

que entopem as vívidas guelras.


Olha pra mim e enxerga o que eu não vi

cospe na minha cara que estou morrendo de sede

me urina nas costas que é pra refrescar as dobras

e descobre ao fim que o que resta são sobras.


Do alto do prédio de mármore e cobre

encobre logo estas verdades

que doem n'alma e na terra.


As copas das árvores infelizmente não copulam

o ócio do ópio realmente não perdura

o sangue que escorre, em dois tempos coagula

e o casco da tartaruga em decênios vira fruta.


Que momento mágico e sublime que me escolhe

minha armazenagem é visceral e extremamente forte

boa sorte para os desavisados

mas não é com dois tapas

que você me dobra.


Meio-dia e 16 minutos de 17 de agosto e 2012.

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