sábado, 13 de abril de 2013

Braços de uns, pernas de outros

Fizeram o trabalhador subir no alto do guindaste

pra trocar o logotipo, o letreiro, a fachada

quase um tipo (estranho) lá no alto dos céus

a polir o corroído, aquele banco amarelo

que todo mundo conhece e o credor não esquece

de brasilidade já não tem mais nada

o suor escorre enquanto o outro puxa a escada

para ter o ganha-pão tem que esculpir pedra-sabão,

lavar o pano sujo, e não do menor infrator

e enquanto lá embaixo tiram o arroz com feijão

da máquina eletrônica movida à comissão

respinga sangue da testa e cola bem o adesivo

já tá avisado, sem aviso, e nem prévio ou anterior

que é fim de mês eu já subia, só não sabia da inflação

ainda bem que tem as nuvens, me consolam, eu sei

desvanece minha alma e baixa o nível da escada

logo logo chego em casa, a mulher me tem amor.


Meio-dia e trinta de 13 de abril de 2013.

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