quarta-feira, 12 de junho de 2013

370

Doçura, fina voz

madame da minha mocidade

desamarrou todos os nós

e me pôs pra dentro da cidade.


Não deixou-me iludir

desde pequeno me fez sorrir

me levou para sua viagem

de infinitas paisagens.


Teu vestido belíssimo, Eleonora

arrancado a força e asfixia

não tirou tua beleza e primazia

e assim no teu cais pus minha âncora.


Por um maremoto fui arrastado

para longe das tuas praias

agora é no choro sussurrado

que encontro as minhas vaias.


De soberba nunca vivemos

redenção para os pecados nossos

pelos momentos que nos entretemos

mas não volte a buscar os destroços.


Adeus, deusa-mãe

repouse sob a nostalgia

arco-íris e ferida eterna.


21 de janeiro de 2013.

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