domingo, 29 de dezembro de 2013

São Paulo

Sobe a Rebouças

por debaixo da bolsa

Cruza a Faria Lima

com nariz de farinha de Lima

Atravessa a Avenida da Brasil

como tiro de fuzil

Se passou na Henrique Schaumann

abriu a carteira e deixou a alma

Tatuzinho imponente

se tornou meu oponente

esquecido na fumaça

da inspeção veicular

Olha bem meu amigo

ao chegar lá na Paulista

escorre sangue na pista

E na Santa Consolação

abriu as pernas no colchão

tudo é pura desilusão

Percorrido, carcomido

mal comido entre gemidos

São Paulão do Seu Paulão

já não existe mais

agora é a vez do rapaz

Tintura nas paredes

e nos bolsões tempero verde

nada é mais quebradiço

que a vida neste inferno maldito

doce, amargo, estranho, nocivo

Fecho minha boca

e não digo mais nada!


19 de setembro de 2013.

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