quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013

Linardo e Uísquine

Entrem em bancos

emersos pelo falso pranto

encurralem a tentativa

gritem “porra” para todo mundo

num telefonema de estranhos

seja dura, Fernanda

pedras, galhos e bugalhos

na cabeça

alucinado pela voz dicotômica

esqueça o bêbado deitado do lado

deixem o baleado na calçada

explodam o sangue pra fora das veias

aconselha, acalma o garoto

treze minutos passados

os efeitos irradiados

abaixa a bola, sim

uma hora a caverna escuta

mas não poderia ser

nem quando o grito é de amor

porque com gritos não se faz

espécime alguma de brilho nos olhos

sentimento apedrejado

numa caixa velha de vidro

repete, garota

antes que exploda a bomba

resgate a multiplicação

destile o álcool do sangue

e junte as toxinas pra fazer sabão

eu disse.


Prefere mesmo o leão?

Tá OK, tá OK!


23 horas e 12 minutos de 18 de janeiro de 2013.

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