quarta-feira, 27 de abril de 2011

Crônica sem título primeira

E lá ia ele caminhando lentamente. D’outro lado da rua caminhavam rápido, mal se via a face dos transeuntes. Refletia sobre o que teria feito de errado.

Sob o sol forte, o suor tomava sua face carcomida pela vida, e sem muito sentido seguia, lentamente, mas seguia.

Enxergava entre uns e outros, rostos conhecidos que lhe faziam lembrar daqueles que deixou pra trás. Não possuía muitos conhecimentos naquela hora, apesar de ter estudado nas melhores escolas. Mal sabia o porquê dos passos, mas por instinto, seguia.

Não entendia como conseguiam andar tão rápido aqueles d’outro lado da rua, e enquanto andavam se comunicavam, interagiam intensamente. Pareciam muito certos daquilo queriam.

Ao tropeçar, caiu e não conseguiu enxergar mais nada, nada de novo. Estava afundado em sua própria cova, vendo sua carne pútrida sumir. Percebeu que andava errado, andava na calçada do passado.

Ano de 2009.

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